terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Paraty São Várias...

Tantas vezes quantas eu vá a Paraty e mais me sinto à vontade, com vontade de voltar, de ficar mais, de poder observar cada rua e construção de um modo diferente, com outra luz, com outro olhar. Paraty são várias. Paraty é um daqueles lugares, acredito, onde se vai e, mesmo sem conhecer, se percebe uma familiaridade ancestral - acho que é um tipo de lembrança assim que sentimos quando andamos por aquelas ruas de pedra, quando vemos a maré subir de tardinha, na hora da volta dos barcos, e inundar ritmicamente as ruazinhas de perto do cais - sim, pra quem não conhece, Paraty encontra-se abaixo do nível do mar em seu Centro Hístórico. Interessante que há pelo menos 2 versões para isso: há quem ache que já foi construída assim e outros acreditam que vem afundando com o passar do tempo. Nas noites de Lua Cheia e de Maré Alta, as inundações são ainda mais impressionantes (falo mais sobre isso depois, que acho fantástico, em outro Post). A vida lá, e não é exagero falar assim, parece ter ritmo próprio e indefinido - não obedece a calendários convencionais - mesmo que lá eles também existam. Engraçado visitá-la no Carnaval...de dia se percebe o que houve durante a noite passada nos restos da festa que se encontra seja no chão, nos cartazes, nos estandartes pendurados nas paredes do velho casario. O calor do verão não parece estimular muito as caminhadas dos turistas e a solidão das ruas e calçadas impressiona. Achei que, a qualquer momento, poderia encontrar um feitor e escravos, Senhorinhas e suas mucamas, os mascates de antigamente... Ouve-se não muito mais do que os passos de um e de outro, os cascos dos cavalos nas pedras das ruas, vozes ao longe, o mar e, engraçado, esse silêncio é o que mais se parece para mim de fato com Paraty. É um silêncio que não cansa, não entedia, não enjoa nem nada - ao contrário, faz a imaginação ir tão longe com tanta história ali - mas que é tão denso que se pode quase tocar e que contrasta com o ir e vir dos turistas de outras horas, de outras estações, com a Paraty das festas e dos Bailes de Rua, da FLIP e dos passeios de barco...

2 comentários:

  1. Eu quero, eu quero, eu quero...nunca tinha pensado seriamente sobre Paraty, mas ler-te me deu coceirinhas de bater os saltos neste calçamento! Que lindo ver com teu olho...

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  2. Paulo, querido, vc sempre fala da magia de Paraty... Deve ser linda mesmo!
    E plageando minha amiga Luciana: -Eu quero, eu quero, eu quero....

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